Harlem

Domingo pela manhã, pegamos a linha 1 do metrô, na estação da Times Square, sentido Uptown, rumo ao Harlem.

Já tínhamos passado por lá com o ônibus do city tour e pudemos ver que o bairro realmente está revitalizado. Mesmo assim, fiquei com um pouco de receio ao desembarcar na estação da rua 125, não estava totalmente tranqüila, como nas outras partes da cidade em que andamos. Mas ao subir à superfície o que encontrei foi um bairro normal, ruas largas, comércio abundante e pessoas muito arrumadas andando pelas ruas.

Um domingo lindo, ensolarado, estava perfeito para um passeio por aquele bairro. Bem, talvez eu tenha andado somente pelas partes mais movimentadas e turísticas do Harlem, não ignoro vários relatos de certas ruas que dão medo por lá, mas realmente aquele pedaço ali, entre as Avenidas Lenox e Madison, na altura da rua 127, parecia mais agradável que muitas outras ruas de Manhattan que passei.

Contudo, uma coisa me chamou atenção. É mesmo um bairro negro. Estranho haver isso, uma vez que vivemos um tempo em que se procura abolir qualquer tipo de discriminação e os EUA me parecem um país onde os negros ocupam muito mais posições importantes que aqui no Brasil (onde eles são a maioria, porém, ainda vivem à margem de melhores condições de vida). Realmente me senti estranha caminhando por lá. Parecia que nós nos destacávamos, que estávamos fora do nosso lugar. Todos nas ruas eram negros, e ainda por ser um domingo, dia de missa, muitos estavam extremamente bem vestidos, os homens com seus ternos elegantes, as mulheres com casacos longos, conjuntos de terninho, vestidos, etc. E nós, branquelas, de tênis, roupas esportivas e mapas na mão, parecíamos mesmo passarinhos perdidos procurando o caminho de volta pro ninho...hehehe

Rapidamente achamos a Igreja, Mount Moriah Baptist Church. Não é Igreja mais badalada ou famosa, eu soube que uma outra Igreja, muito freqüentada por agências de turismo, costuma ter filas quilométricas na porta, e muitas pessoas sequer conseguem entrar. A nossa estava tranqüila. Quando chegamos, lá pelas 11h, a missa já havia começado. Na entrada, uma senhora meio impaciente pediu três dólares por cabeça como "contribuição espontânea" para entrarmos. Lá dentro não se podia fotografar ou filmar, por isso só tenho o registro da fachada da Igreja pra colocar aqui. Mas vocês não perdem nada, pois o lugar era totalmente caquético....hehehe

Claro, eu gostaria de ter visto lá dentro um coral estilo Mudança de Hábito, todos com seus uniformes cantando Happy Day e uma platéia animadíssima batendo palmas e cantando junto! Hehehehe....

Talvez na outra Igreja, a mais badalada... O lugar era meio escuro e sem muita conservação, haviam alguns poucos turistas e alguns freqüentadores da Igreja, mas estava longe de estar lotada. Havia uma banda e o coral parecia não estar completo. Porém, se o visual não era de filme, a qualidade dos cantores e sua animação eram. Nossa, pareciam todos Arethas Frankling e James Brown. Muito lindo mesmo. O culto (ou missa, não sei como se diz...) era composto por poucas palavras e muitas músicas e, cada vez que eles iniciavam uma, parecia um show mesmo, cantavam com o entusiasmo de quem estivesse no Madison Square Garden em frente a milhares de pessoas. Muito legal, valeu a visita e os três dólares. :)

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