Aniversário

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Hoje é dia de aniversário, bolo, presentes... estou começando os preparativos pra viagem, nossa, muita coisa pra ver! Espero logo poder fechar as passagens e hospedagem pra poder pensar só na programação de passeios.

Fiz uma pequena festinha em casa, onde o centro das atenções foi o wii fit, a novidade do momento....hehehe...muito legal, não tem quem não goste!

Bom, por enquanto é só...

Consulado Americano...

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Olá!

Resolvi mudar dessa vez. Em vez de repetir a mesma história para vários amigos e conhecidos, resolvi registrar por escrito e divulgar na internet como foi minha ida ao consulado americano para obtenção do visto. Assim, mando o link para os amigos que quiserem ler e ainda posso ajudar algumas pessoas com informações sobre esse temível acontecimento. Eu mesma, antes de ir, fiz uma breve pesquisa na net, em busca de relatos de experiências de outras pessoas, e percebi que é de grande valia ouvir (ou ler) como foi, em detalhes, a passagem de outros pelo Consulado Americano. Bem, antes de mais nada, é bom colocar para aqueles que não sabem, que essa foi a terceira vez que eu fui fazer entrevista no Consulado Americano de São Paulo para obtenção de visto de turismo. A história é longa, por isso vou resumir. Em 2004 tive o visto negado. Era época de grande temor das famigeradas entrevistas com o cônsul, procurei uma despachante especializada em visto americano pra me orientar e acabei por ter o azar de cair em um guichê de uma mulher que negava vistos pra quase todo mundo. Ela não me olhou, não pediu documentos e fez apenas uma pergunta, ou seja, 10 segundos depois de eu chegar no guichê, anunciou que o visto havia sido negado. Voltei à despachante, que me orientou a enviar um fax ao consulado relatando o que havia ocorrido pois, segundo ela, a situação dessa consulesa era já conhecida dentro da instituição. Assim, enviei o fax e recebi resposta me dizendo para voltar lá e marcar nova entrevista. Foi o que fiz então, e em 2005 me foi concedido o visto B2, porém por apenas 1 ano e cheio de restrições (que para explicar seria uma história muito longa, mas por causa disso a viagem acabou inviabilizada).

Enfim, 4 anos depois, lá fui eu de novo enfrentar aquele ambiente inóspito em busca das minhas tão sonhadas e inocentes férias na terra do Tio Sam. Pois bem, muita coisa mudou por lá; Realmente é verdade o que muita gente me falou, que eles estão facilitando mais a concessão de vistos, provavelmente em virtude da crise econômica. Desta vez fui positivamente surpreendida. Na parte externa do Consulado, uma área coberta para as famosas filas (há 4 anos atrás não havia cobertura e as pessoas aguardavam na chuva se fosse o caso). Lá dentro encontrei funcionários simpáticos e até mesmo o cônsul me desejou boa viagem com um sorriso no rosto. Incrível. Pra quem se sentiu a própria mexicana presa tentando pular o muro na fronteira (ou cubana pega no meio da travessia no mar) da última vez em que esteve lá, tamanha era a truculência e grosseria de todos lá dentro (inclusive dos funcionários brasileiros), a coisa mudou muito. Realmente, há alguns anos atrás, quase todos eram tratados como imigrantes ilegais em potencial. Agora, o tratamento é de turistas em potencial com dinheiro pra gastar nas terras estadunidenses. Pelo menos, comigo foi assim.

Bom, passadas as impressões, vamos ao fatos. Minha entrevista estava marcada para as 9h. Cheguei ao Consulado às 7h, pois já sabia que lá dentro se misturam pessoas de diversos horários. Não havia nenhuma fila do lado de fora, entrei direto. Após as habituais revistas, raio-x, entrega do celular, cheguei à parte interna e vi que havia umas vinte pessoas já lá dentro. Uma funcionária muito simpática olhou meu formulário, fez uns comentários sobre o tempo e me mandou passar adiante. Outra funcionária conferiu meu passaporte e me deu a senha. Entrei na fila da pré-entrevista. Eram 4 guichês (há 4 anos atrás eram apenas 2). Percebi que as chamadas ocorriam em alguma ordem pré-estabelecida por eles e não exatamente na ordem numérica. Acho que pelo menos um dos guichês só chamava quem pleiteava visto de estudante. Minha senha foi chamada no guichê de uma mulher (que foi a única não tão simpática, de todos que me atenderam), que pegou meu passaporte e formulários, olhou algo no computador e me disse:

-Você já teve um visto para os Estados Unidos, né?
Eu respondi:
-Sim.
Ela perguntou:
- Mas não utilizou?
Eu:
-Não utilizei. Está aqui no outro passaporte.

Então ela me pediu o passaporte e me mandou aguardar a chamada para as impressões digitais.

Depois houve uns vinte minutos de espera e fui ao guichê das impressões digitais, onde já era um americano que atendia.

Após, sentei para a mais ansiosa das esperas, a da entrevista. Levou muito tempo, muito mesmo. O consulado foi enchendo, enchendo, e quando vi já tinha um monte de gente em pé e funcionários agitados tentando organizar a fila das impressões digitais, chamando pessoas que não viam que sua senha já tinha sendo chamada, etc.

De repente os guichês das entrevistas começaram a abrir aos poucos e as primeiras pessoas foram sendo chamadas. Em uma certa altura escutei uma pessoa próxima a mim dizer que as entrevistas só tinham começado às 9h (eu estava sem relógio, não tinha noção de que horas eram, só sei que esperei bastante até começarem as entrevistas). As senhas continuaram a ser chamadas numa ordem aleatória, que eu acho que deve ser algum procedimento interno deles, agrupar casos semelhantes, independentemente do número da senha, ou algo assim. Uns 40 minutos após o início das entrevistas fui chamada no guichê 17. A seguir o relato de como foi:

Eu: - Bom dia.
Cônsul: - Bom dia.
Um momento de silêncio enquanto ele mexe na papelada.
Ele: - Tudo bem?
Eu: - Tudo bem.
Ele: - Para onde vc vai viajar?
Eu: - Nova Iorque.
Outra pausa pra mexer na papelada.
Ele: - É o seu primeiro visto para os Estados Unidos?
Eu: - Não, eu já tive um visto, mas não cheguei a utilizar.
Ele (olhando bem pra mim com cara de desconfiado): Não chegou a utilizar...
Nesse momento não lembro se ele perguntou ou se eu mesma já saí falando a razão:
- É que o grupo de excursão que eu ia não se confirmou e eu fiquei sem companhia pra viajar.
Ele faz uma cara de satisfeito, sinal de afirmativo com a cabeça, e volta a mexer na papelada e digitar coisas no computador (aliás, não sei o que tanto eles digitam, eles passam todo tempo escrevendo coisas no computador e olhando a papelada).
Ele: - Você teve um visto negado em 2004?
Eu:- Sim.
Ele: - Por quê? (com a maior cara de intrigado, como se ele não soubesse né, me poupe...)
Eu faço uma cara de incrédula e respondo: Disseram que eu não comprovei vínculos.
Confesso que essa pergunta me pegou de surpresa, em todos os meus ensaios mentais nunca cogitei a hipótese de me perguntarem o motivo da negativa, pois isso é muito mais claro pra eles do que pra mim. Titubeei um pouco, mas optei por dar a justificativa oficial, aquela que está escrita no papelzinho que eles te entregam quando te negam o visto.
Ele: - Qual sua profissão?
Eu: - Sou técnica judiciária, há 5 anos.
Nesse momento ele, com um sorriso maroto, me olha e repete: “Há 5 anos?” Eu confirmo e fico sem entender se ele foi irônico (tipo, tá achando que isso é grande coisa?) ou apenas achou bom eu estar há alguns anos no mesmo emprego.
Ele segue: - Quanto vc ganha?
Eu: - XXXX, tenho os comprovantes aqui se o senhor quiser ver.
Ele (sempre digitando): -Vc mora com seus pais?
Eu: Sim.
Ele: Qual a profissão deles?
Eu digo a profissão dos dois, ele digita muuuuuuitas coisas, se vira e pergunta de novo qual é mesmo a profissão da minha mãe e segue digitando. ( Na boa, ele devia era estar no msn...)
Ele: - Vc vai viajar sozinha?
Eu: - Não, com a minha irmã.
Ele: - Ela já tem visto?
Eu: - Sim, eu tenho o passaporte dela aqui comigo.
Ele termina o assunto no msn e se vira pra mim:
- O seu visto foi aprovado, é só passar no guichê lá fora para pagar o sedex.
Eu: - Ok, obrigada.
Ele me olha sorridente: -Boa viagem!
Eu, super séria de tão nervosa: - Obrigada. E saio logo, antes que mude de idéia....



E alguns dias depois recebi o passaporte com o visto de turista válido por cinco anos, exatamente como eu queria. Dessa vez deu tudo certo.